Antonio Forenza atuava como chefe de pesquisa e desenvolvimento na Rakuten Symphony, subsidiária de telecomunicações do conglomerado japonês, quando percebeu que precisava de um método mais eficaz para administrar seus níveis de tensão.
Alguns anos antes, ele havia eliminado 18 quilos com auxílio de um Apple Watch, que contava passos e acompanhava seu gasto calórico, e começou a questionar se existia um aparelho equivalente para avaliar seu estresse.
‘Eu queria me livrar de 18 quilos de estresse e notei que não há um wearable para isso atualmente’, declarou Forenza.
Foi quando Forenza compreendeu que havia identificado uma brecha no mercado de saúde do consumidor. Com base em sua formação em engenharia, ele optou por construir o dispositivo pessoalmente, empregando uma tecnologia com mais de um século: o eletroencefalograma (EEG) para detectar e mensurar a atividade elétrica cerebral.
Embora o EEG seja utilizado clinicamente para diagnosticar condições como epilepsia e distúrbios do sono, ele também pode identificar estresse psicológico ao medir ondas cerebrais de alta frequência denominadas ondas beta. Quando essas ondas beta rápidas persistem por períodos prolongados, podem levar a exaustão, insônia e sofrimento mental.
Forenza colaborou com cientistas de dados e engenheiros biomédicos para criar o Awear, um pequeno dispositivo usado atrás da orelha para monitoramento contínuo das ondas cerebrais. O aparelho transmite os resultados para um aplicativo, que oferece insights sobre o humor do usuário e fornece orientações de coaching com tecnologia de IA para gerenciar o estresse e aprimorar a resiliência emocional.
‘Nosso cérebro é fenomenal em se autorregular e nos faz acreditar que não estamos estressados’, explicou Forenza. ‘É normal entrar no modo ‘lutar ou fugir’ ocasionalmente. Faz parte da nossa natureza. Mas se você ficar preso no modo ‘lutar ou fugir’ constantemente, isso leva ao estresse crônico, depressão e ansiedade.’
Forenza afirma que o Awear auxilia os usuários a interceptar proativamente o estresse excessivo antes que ele resulte em impactos negativos à saúde.
O Awear foi um dos finalistas do Startup Battlefield 200 no TechCrunch Disrupt 2025, onde venceu a competição de pitch da categoria saúde.
Enquanto o departamento de psiquiatria da Universidade de Stanford testa atualmente o dispositivo para detectar confusão e desorientação em pacientes idosos no pós-operatório, o foco principal de Forenza é comercializar o Awear para consumidores individuais, de forma similar à abordagem adotada pelo anel Oura e outros wearables de consumo.
No início deste ano, o Awear concluiu uma rodada de financiamento pré-seed liderada por Hustle Fund, Niremia Collective, Techstars e The Pitch Fund, e a empresa planeja captar uma rodada de seed de US$ 5 milhões no começo de 2026.
Por ora, o Awear está disponível para compra apenas por meio de seu programa de acesso antecipado. O dispositivo está acessível para early adopters — um grupo que já inclui muitos outros fundadores de startups, um coletivo notoriamente estressado — por US$ 195, valor que inclui uma assinatura vitalícia gratuita do aplicativo.
Após captar sua rodada de seed, a empresa lançará uma campanha no Kickstarter, seguindo uma estratégia utilizada por dispositivos como Peloton e Oura. ‘É um caminho que funcionou para muitos outros wearables. Gera grande visibilidade e é uma boa maneira de conquistar clientes’, comentou Forenza.
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