A publicadora Paradox Interactive assumiu a responsabilidade pelo desempenho comercial abaixo do esperado de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 em um comunicado oficial divulgado na última quarta-feira (26). A empresa registrou uma perda contábil de aproximadamente US$ 37 milhões relacionados aos custos de desenvolvimento do jogo.
A companhia sueca manteve grandes expectativas por um longo período em relação a Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2, considerando que o RPG ‘era um bom jogo com uma propriedade intelectual sólida em um gênero de amplo apelo’, conforme declarou o CEO da Paradox Interactive, Fredrik Wester.
‘Um mês após o lançamento, infelizmente observamos que as vendas não atingiram nossas projeções, o que tornou necessária a baixa contábil’, continuou o executivo. ‘A responsabilidade é completamente nossa como publicadora.’
Um dos principais fatores para o desempenho comercial insatisfatório de Bloodlines 2, destacado por Wester, foi o fato do título estar fora da área de especialização principal da Paradox, que é o gênero de estratégia. O CEO não divulgou os números exatos de vendas do RPG, mas estimativas da newsletter GameDiscover.co indicam que aproximadamente 112 mil cópias do jogo foram comercializadas.
Apesar das más notícias, Wester reafirmou que a Paradox manterá o plano de suporte pós-lançamento de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2. ‘Forneceremos atualizações e as expansões prometidas para o jogo no próximo ano’, declarou o CEO da Paradox Interactive.
O fraco desempenho do aguardado RPG vampírico também influenciou a forma como a Paradox Interactive irá investir em projetos futuros que se afastam de sua especialidade principal. ‘A partir de agora, concentraremos nosso capital em nossos segmentos principais e, simultaneamente, avaliaremos como melhor desenvolver o forte catálogo da marca Mundo das Trevas no futuro’, concluiu o CEO da Paradox Interactive.
O que levou ao fracasso de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2?
Apesar da grande expectativa dos jogadores por mais de duas décadas, Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 já apresentava sinais de que seria um projeto problemático. O RPG foi anunciado em 2019 e estava sendo desenvolvido pela Hardsuit Labs, com participação do diretor de narrativa do primeiro Bloodlines de 2004, Brian Mitsoda.
Em 2020, como parte de uma reestruturação, a Paradox Interactive demitiu Mitsoda, considerado a alma do projeto, e o diretor criativo Ka’ai Cluney. No ano seguinte, a publicadora removeu o projeto da Hardsuit Labs, transferindo o desenvolvimento para o estúdio britânico The Chinese Room.
Com a mudança, o novo estúdio implementou diversas alterações no projeto e vários cortes, transformando o foco do título para um RPG de ação mais linear. Durante esse processo, Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 sofreu múltiplos adiamentos, sendo lançado cinco anos depois do planejado originalmente, em outubro deste ano.
O jogo não foi bem recebido nem pela crítica especializada nem pelos usuários. Na plataforma Steam, o título recebeu avaliações mistas, principalmente pela ‘falta de alma’ do projeto e pelo distanciamento da propriedade intelectual original de Vampire: The Masquerade, que começou como um RPG de mesa.
Para o ex-líder da desenvolvedora The Chinese Room, Dan Pinchbeck, o principal problema de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 foi justamente o título fazer referência a uma sequência do clássico original e criar expectativas irreais sobre o RPG. Pinchbeck tentou convencer a Paradox de que não era uma boa ideia manter ‘Bloodlines 2’ no nome. Todos conhecem o desfecho dessa história.
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