Impacto do ChatGPT na Tecnologia e Economia Após Dois Anos de Lançamento

No final de novembro de 2022, a OpenAI apresentou ao mundo um novo produto, descrevendo-o de maneira simples como ‘um modelo denominado ChatGPT que interage de forma conversacional’.

Não é exagero afirmar que o ChatGPT transformou profundamente os setores de negócios e tecnologia, alcançando enorme popularidade — ainda ocupa a primeira posição no ranking de aplicativos gratuitos da Apple — e servindo como catalisador para uma enxurrada de produtos de inteligência artificial generativa.

Karen Hao, autora do livro ‘Império da IA’, destacou em entrevista recente ao TechCrunch que a OpenAI ‘já acumulou mais poder que praticamente qualquer Estado-nação do planeta’ e está ‘reconfigurando nossa geopolítica e todas as esferas da vida’.

Mudanças ainda mais significativas podem estar por vir. Charlie Warzel escreveu no The Atlantic que vivemos atualmente no ‘mundo construído pelo ChatGPT’, caracterizado por ‘um tipo específico de instabilidade’ e em ‘espera constante por um momento decisivo’.

‘As gerações mais jovens sentem essa incerteza de forma intensa ao se prepararem para ingressar em um mercado de trabalho onde são alertadas sobre a ausência de trajetórias profissionais previsíveis’, observou Warzel. ‘Gerações mais experientes também recebem alertas sobre um futuro potencialmente irreconhecível, onde habilidades valorizadas podem perder relevância.’

Naturalmente, existem visões mais otimistas sobre um futuro centrado na IA, com muitos posicionados para obter ganhos substanciais. Porém, na análise de Warzel, até mesmo investidores e entusiastas da tecnologia aguardam ansiosos — não apenas para ver retornos financeiros, mas também porque ‘uma característica fundamental da IA generativa, segundo seus defensores, é que ela nunca atinge uma versão definitiva’.

Enquanto isso, a Bloomberg realizou uma análise específica sobre como o ChatGPT impactou o mercado de ações. O grande beneficiário até o momento foi a Nvidia, com suas ações registrando alta de 979% desde o lançamento do chatbot. O entusiasmo pela IA também impulsionou outras gigantes de tecnologia, sendo que as sete empresas mais valiosas do S&P 500 — Nvidia, Microsoft, Apple, Alphabet, Amazon, Meta e Broadcom — estão todas vinculadas ao setor, respondendo coletivamente por quase metade do crescimento de 64% do índice desde a introdução do ChatGPT.

Esse cenário resultou em maior concentração no topo do mercado. O S&P 500 é ponderado pela capitalização de mercado, e essas sete empresas representam atualmente 35% da ponderação, comparado a aproximadamente 20% de três anos atrás.

Quanto tempo esse crescimento poderá se sustentar? Com a notável exceção do CEO da Nvidia, Jensen Huang, tornou-se cada vez mais comum executivos do setor reconhecerem que podemos estar diante de uma bolha especulativa.

‘Alguns players perderão quantias fenomenais de dinheiro em IA’, declarou o CEO da OpenAI, Sam Altman, durante um jantar com jornalistas em agosto.

De maneira similar, a CEO da Sierra e presidente do conselho da OpenAI, Bret Taylor, concordou que estamos ’em uma bolha’ comparável ao boom das pontocom no final dos anos 90. Embora empresas individuais possam fracassar, ele projetou que ‘a IA transformará a economia e, assim como a internet, criará quantidades extraordinárias de valor econômico no futuro’.

Nos próximos três anos — ou menos — poderemos comprovar se esse otimismo estava fundamentado.

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