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Eletrodomésticos muito antigos, especialmente aqueles que ainda possuíam estrutura metálica e não contavam com tomada de três pinos, podem continuar funcionando até hoje, mas apresentam riscos que muitos consumidores não identificam. O desgaste natural, a redução de eficiência e a ausência de recursos modernos de segurança tornam seu uso potencialmente perigoso.
De acordo com Voldi Costa Zambenedetti, engenheiro eletricista e professor da Escola Politécnica da PUCPR, a principal questão está nas diferenças de projeto entre os eletrodomésticos antigos e os contemporâneos: ‘Os equipamentos mais antigos não possuíam tomada com o pino de aterramento, o que pode resultar em situações de choque por contato’, esclarece.
1. Choque elétrico devido à falta de aterramento
Um dos perigos mais frequentes em eletrodomésticos antigos é o choque por contato, uma vez que esses dispositivos não foram desenvolvidos com o pino de aterramento exigido atualmente. Sem essa proteção e com isolamento comprometido, a estrutura metálica pode se energizar e provocar acidentes.
2. Incêndio provocado por fios desgastados ou perda de isolamento
Com o passar do tempo, os cabos ressecam, derretem ou se soltam, elevando o risco de curtos-circuitos e incêndios, principalmente em equipamentos que aquecem ou contêm motores. Segundo o especialista, ‘os fios desgastados podem sempre levar a uma situação de perigo’, e o mesmo desgaste pode gerar faíscas ou superaquecimento, que evoluem para incêndios.
3. Aumento no consumo de energia e sobrecarga na rede
Além de menos seguros, os eletrodomésticos antigos também são menos eficientes. Com tecnologia obsoleta e perda de isolamento, eles demandam mais energia para oferecer o mesmo desempenho. ‘Aparelhos antigos tendem a ser menos eficientes e, portanto, consomem mais energia elétrica para alcançar o mesmo resultado’, explica Zambenedetti. Em alguns casos, esse consumo elevado pode sobrecarregar instalações elétricas já envelhecidas.
4. Defeitos internos silenciosos que só aparecem na conta de luz
Mesmo antes de manifestarem falhas visíveis, muitos eletrodomésticos antigos revelam problemas através do aumento súbito de consumo. Ruídos, faíscas ou ferrugem são indicativos claros de risco, mas existem problemas invisíveis. O professor alerta: ‘a redução da segurança vem associada a um aumento de consumo ou perda de eficiência’, que o consumidor só percebe ao receber uma conta de energia anormalmente alta.
5. Risco permanente quando o aparelho não atende às normas atuais
Mesmo com manutenção adequada, há situações em que o aparelho simplesmente não atende aos padrões de segurança modernos, como a falta do pino de aterramento. ‘Quando ele não cumpre as normas mais atualizadas, como a ausência de tomada com pino de aterramento, deixa de ser seguro’, afirma o especialista. A única compensação possível é assegurar uma instalação elétrica moderna, com DR e supressores, mas isso nem sempre elimina completamente o risco.
Eletrodomésticos antigos podem até parecer resistentes, e, embora seja possível utilizá-los com maior segurança em instalações modernas, o perigo nunca é totalmente removido. Se o equipamento apresenta ruídos, ferrugem, faíscas, superaquecimento ou provoca desligamentos, é um sinal evidente de que chegou a hora de substituí-lo.
